“Fantasma” não será esquecido

6 de Abril de 2015
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fantasmaNa noite de 19 de Fevereiro, Nuno “Fantasma” Pires foi encontrado em coma perto da estação de comboios de Setúbal momentos após ter sido abordado por agentes da Equipa de Intervenção Rápida da PSP.  Antes de ficar inconsciente ainda conseguiu enviar uma mensagem a uma amiga a dizer que já tinha levado “uma cacetada na cabeça”. Foi então socorrido pelo INEM, e veio a falecer dias depois, vítima de ferimentos na cabeça, que foram rapidamente identificados na chegado ao hospital.

Perante a situação, a família de Nuno apresentou queixa na PJ, decorrendo actualmente três investigações independentes. A autópsia aponta para lesões consistentes com bastonada.
Os amigos e familiares procuram respostas e já por duas vezes saíram à rua: já se realizaram uma concentração e uma marcha de homenagem a Nuno Pires. As perguntas são muitas e poucas as respostas. Por que foi assassinado, por quem, como, por que foi deixado sozinho a agonizar?

Não seria a primeira vez que se registaria uma morte às mãos da Polícia em Setúbal, que vai já acumulando um longo historial de brutalidade. Recordemos, por exemplo, a morte do jovem Rúben Marques, em 2013, ou a de António Pereira (Tony), em 2002. Às mortes somam-se os inúmeras relatos de rusgas, detenções, agressões e tortura, dentro e fora de esquadras.

Há poucos dias, surgiram várias notícias onde se afirma que a investigação da PJ ilibaria a PSP da morte do jovem. Contudo, nem a família nem o respectivo advogado foram informados de nada. Considerando que estão ainda a decorrer três investigações, tudo indica tratar-se de um notícia falsa, numa clara manobra de distracção e de desmobilização.

 

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2 Comentários
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  1. Situações destas infelizmente são muitas…a constante violação dos mais básicos direitos humanos por parte daqueles que são formados e remunerados para proteger o próximo é algo revoltante, injusto, e inadmissível.Não sendo apreciador de cavalgar contra moinhos de vento, tenho, contudo, de me revoltar e lutar contra tais manifestações de crueldade, intolerância e espírito de impunidade impregnado nas forças policiais.
    Já vi e senti, na primeira pessoa, o “heroico serviço” das nossas forças de segurança. Também sofri e continuo a sofrer na pele as consequências de denunciar abusos dos mesmos. Contudo, só assim, lutando sempre com o objetivo de denunciar e responsabilizar os prevaricadores que, neste caso, são a autoridade, se poderá mudar o espírito de impunidade onde estes verdadeiros energúmenos fascistas se escudam. Lutar contra o cassetete? Sempre!!!
    Em memória de todos os “Fantasmas”…

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