Solidariedade internacional com os 15 de Stansted
Em 2017, no aeroporto londrino de Stansted, 15 pessoas impediram a descolagem de um avião fretado para deportar migrantes, amarrando-se umas às outras à volta do aparelho. Apesar de esta acção ter permitido a reabertura de alguns dos processos de deportação de pessoas que estavam naquele avião, a justiça britânica decidiu acusar os 15 activistas, todos membros do grupo End Deportations, de prática de acto terrorista, fazendo pender sobre eles a ameaça de prisão perpétua.
Depois de, no Reino Unido, vários académicos, políticos e organizações de defesa dos direitos humanos terem levantado a voz para que as acusações fossem retiradas, várias organizações da sociedade civil, grupos e colectivos de toda a Europa (nos quais se inclui o Jornal MAPA) uniram-se a essa exigência, num comunicado internacional onde se pode ler: «Estes voos charters são secretos, brutais e estão a deportar migrantes de forma ilegal. As pessoas que estavam no avião enfrentariam perseguições e até morte, se fossem deportadas – naquele avião, havia requerentes de asilo e vítimas de tráfico humano com pedidos ainda a serem processados. Onze pessoas que deveriam ter sido deportadas naquela noite ainda estão no Reino Unido, com os seus processos em andamento, graças à acção directa não violenta. Uma pessoa conseguiu desde então licença para ficar».
No entanto, em Dezembro de 2018, no seguimento dum julgamento de nove semanas e após quase três dias de deliberações, o tribunal de Chelmford considerou que os acusados eram culpados de perturbação intencional de serviços num aeroporto. Uma decisão judicial tomada ao abrigo de uma lei (Aviation and Maritime Security Act) que tinha sido aprovada no seguimento do atentado de Lockerbie de 1988. Mais uma vez, uma lei «anti-terrorista» é, afinal, utilizada para reprimir a dissidência e o protesto, no caso, um bloqueio que se integra na filosofia da acção directa não violenta e que até permitiu denunciar a ilegalidade das deportações que o governo britânico leva a cabo de forma sistemática.
Por se tratar duma «criminalização inquietante das manifestações e acções», por ser «uma tentativa preocupante de repressão da sociedade civil» e porque as «deportações violentas fazem parte das políticas anti-migrantes e da militarização das fronteiras por toda a Europa», a solidariedade com os 15 de Stansted é fundamental
O desfecho deste caso:
http://enddeportations.com/2019/02/stansted-15-judge-indicates-no-jail-time/
—–
https://www.theguardian.com/global/2019/feb/06/stansted-15-rights-campaigners-urge-judge-to-show-leniency
O melhor é contactar directamente as pessoas que gerem este site: http://enddeportations.com
Como podemos nos solidarizar publicamente?