Caravana pelo Tâmega – 1 a 8 de novembro

4 de Novembro de 2015
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Está na estrada a “Caravana pelo Tâmega – De Chaves a Amarante”, iniciativa que  quer sensibilizar as populações para as maiores ameaças ao rio Tâmega: a  poluição e a construção de quatro grandes barragens neste afluente do Douro.

Entre Chaves e Amarante há mais de 100 quilómetros a separar as populações. O  que as une? O rio Tâmega, cartão-de-visita das duas cidades e o motivo pelo qual  foi lançada esta “Caravana pelo Tâmega – De Chaves a Amarante, organizada pelo projeto Rios Livres, da  associação ambientalista GEOTA (Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e  Ambiente), tem o seu auge este fim-de-semana, em Amarante.

O rio será o palco de um protesto original, convocado para  sábado, dia 7. Uma  flotilha de dezenas de canoas e kayaks parte de Fridão, local onde a EDP planeia  um empreendimento hidroelétrico com o mesmo nome, que obrigará à construção de  duas barragens e inundará uma área superior a 850 campos de futebol, e chegará  pela hora de almoço ao centro de Amarante.

Queremos fazer a maior manifestação de sempre: encher o rio de  desportistas de águas bravas e mostrar que a construção das barragens de Fridão,  Daivões, Gouvães e Alto Tâmega não é um assunto fechado. “Há milhares de pessoas  contra estas obras, que querem um rio limpo e livre”, assegura Ana Brazão,  coordenadora do projeto Rios Livres.

O pontapé de saída foi dado no passado domingo, em Chaves, numa das mais  importantes feiras de Trás-os-Montes e Alto Douro, a Feira dos Santos. Até dia 8  de novembro, os ativistas percorrem os principais concelhos afetados: Ribeira de  Pena, Vila Pouca de Aguiar, Mondim de Basto e Amarante.

 

SOBRE O PROJETO RIOS LIVRES

É um projeto do GEOTA (Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente)
que tem como missão preservar os rios  selvagens em Portugal e alertar para a importância social, ambiental e económica  dos ecossistemas ribeirinhos. O objetivo do projeto Rios Livres é Programa  Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroelétrico e impedir a construção  das seis barragens aprovadas para os rios portugueses.

 

SOBRE O PROGRAMA NACIONAL DE BARRAGENS

O Programa Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroelétrico (PNBEPH) foi  lançado pelo Governo Português, em 2007, alegadamente para reduzir a dependência  energética e as emissões de gases com efeito de estufa, através do aumento das  energias renováveis, complementando a energia eólica com a hídrica. Desde o  início se revelou um plano contestado pelas organizações de defesa do ambiente,  por assentar em pressupostos errados e pelos reduzidos benefícios face ao seu  custo económico e ambiental. Das dez barragens definidas pelo PNBEPH, sete  acabaram por ser aprovadas pelo Governo (não houve candidaturas para Almourol e  Pinhosão; Padroselos foi reprovada, mas a potência aí prevista poderá ser  redistribuída entre as outras barragens) e atualmente apenas seis se encontram  programadas (Alvito foi suspensa pela EDP). Apenas Foz-Tua (rio Tua),  concessionada à EDP, se encontra em avançado estado de construção, prevendo-se a  conclusão das obras e o enchimento da albufeira no segundo semestre de 2016. Foi  anunciado no fim do ano passado que em 2015 teriam início as obras das três  barragens previstas para a bacia do rio Tâmega: Gouvães, Alto Tâmega/Vidago e  Daivões (conjunto apelidado de Sistema Eletroprodutor do Tâmega – SET),  concessionadas à Iberdrola. O contrato de concessão da barragem do Fridão, a  quarta nova barragem no rio Tâmega, a jusante do SET, concessionada à EDP, devia  ter sido assinado em Setembro de 2014 mas tal não aconteceu. Para já, não há uma  data prevista oficial para a obra começar. As barragens de Girabolhos-Bogueira  (rio Mondego), cuja concessão foi ganha pela Endesa, avançam mais depressa:  estão em curso expropriações, abertura de caminhos e instalação de estaleiros.

 

fonte: http://www.geota.pt

mais info: http://rioslivresgeota.org/caravana-pelo-tamega-chaves-a-amarante-1-a-8-de-novembro/

 

 

 

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