Caravana pelo Tâmega – 1 a 8 de novembro
Está na estrada a “Caravana pelo Tâmega – De Chaves a Amarante”, iniciativa que quer sensibilizar as populações para as maiores ameaças ao rio Tâmega: a poluição e a construção de quatro grandes barragens neste afluente do Douro.
Entre Chaves e Amarante há mais de 100 quilómetros a separar as populações. O que as une? O rio Tâmega, cartão-de-visita das duas cidades e o motivo pelo qual foi lançada esta “Caravana pelo Tâmega – De Chaves a Amarante, organizada pelo projeto Rios Livres, da associação ambientalista GEOTA (Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente), tem o seu auge este fim-de-semana, em Amarante.
O rio será o palco de um protesto original, convocado para sábado, dia 7. Uma flotilha de dezenas de canoas e kayaks parte de Fridão, local onde a EDP planeia um empreendimento hidroelétrico com o mesmo nome, que obrigará à construção de duas barragens e inundará uma área superior a 850 campos de futebol, e chegará pela hora de almoço ao centro de Amarante.
Queremos fazer a maior manifestação de sempre: encher o rio de desportistas de águas bravas e mostrar que a construção das barragens de Fridão, Daivões, Gouvães e Alto Tâmega não é um assunto fechado. “Há milhares de pessoas contra estas obras, que querem um rio limpo e livre”, assegura Ana Brazão, coordenadora do projeto Rios Livres.
O pontapé de saída foi dado no passado domingo, em Chaves, numa das mais importantes feiras de Trás-os-Montes e Alto Douro, a Feira dos Santos. Até dia 8 de novembro, os ativistas percorrem os principais concelhos afetados: Ribeira de Pena, Vila Pouca de Aguiar, Mondim de Basto e Amarante.
SOBRE O PROJETO RIOS LIVRES
É um projeto do GEOTA (Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente)
que tem como missão preservar os rios selvagens em Portugal e alertar para a importância social, ambiental e económica dos ecossistemas ribeirinhos. O objetivo do projeto Rios Livres é Programa Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroelétrico e impedir a construção das seis barragens aprovadas para os rios portugueses.
SOBRE O PROGRAMA NACIONAL DE BARRAGENS
O Programa Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroelétrico (PNBEPH) foi lançado pelo Governo Português, em 2007, alegadamente para reduzir a dependência energética e as emissões de gases com efeito de estufa, através do aumento das energias renováveis, complementando a energia eólica com a hídrica. Desde o início se revelou um plano contestado pelas organizações de defesa do ambiente, por assentar em pressupostos errados e pelos reduzidos benefícios face ao seu custo económico e ambiental. Das dez barragens definidas pelo PNBEPH, sete acabaram por ser aprovadas pelo Governo (não houve candidaturas para Almourol e Pinhosão; Padroselos foi reprovada, mas a potência aí prevista poderá ser redistribuída entre as outras barragens) e atualmente apenas seis se encontram programadas (Alvito foi suspensa pela EDP). Apenas Foz-Tua (rio Tua), concessionada à EDP, se encontra em avançado estado de construção, prevendo-se a conclusão das obras e o enchimento da albufeira no segundo semestre de 2016. Foi anunciado no fim do ano passado que em 2015 teriam início as obras das três barragens previstas para a bacia do rio Tâmega: Gouvães, Alto Tâmega/Vidago e Daivões (conjunto apelidado de Sistema Eletroprodutor do Tâmega – SET), concessionadas à Iberdrola. O contrato de concessão da barragem do Fridão, a quarta nova barragem no rio Tâmega, a jusante do SET, concessionada à EDP, devia ter sido assinado em Setembro de 2014 mas tal não aconteceu. Para já, não há uma data prevista oficial para a obra começar. As barragens de Girabolhos-Bogueira (rio Mondego), cuja concessão foi ganha pela Endesa, avançam mais depressa: estão em curso expropriações, abertura de caminhos e instalação de estaleiros.
fonte: http://www.geota.pt
mais info: http://rioslivresgeota.org/caravana-pelo-tamega-chaves-a-amarante-1-a-8-de-novembro/
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