Game of Drones
O futebol de alta competição e as grandes competições internacionais arrastam multidões e a final da Liga dos Campeões em Lisboa, no próximo dia 24 de Maio, entre dois clubes rivais de Madrid, promete trazer à capital milhares de adeptos madrilenos, fazendo «milagres» pela economia portuguesa e dando uma grande dor de cabeça à PSP. Prevê-se que seja montado um enorme dispositivo policial à volta do jogo e o próprio ministro da administração interna, Miguel Macedo, falou da possibilidade de utilização de drones para controlar a massa de adeptos que se vão juntar na capital portuguesa.
Para quem ignora o que é um drone, muito resumidamente, é um veículo aéreo não tripulado utilizado com fins militares e que são utilizados tanto em cenários de guerra, tanto como forma de patrulhamento e controlo de território através de um sistema de videovigilância.
Apesar da falta de enquadramento legal para a sua utilização, facto para o qual a Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD) alertou, a PSP adquiriu pela módica quantia de 200 mil euros dois destes aparelhos à empresa Tekever, grupo português especializado na inovação de tecnologias informação, espaço aéreo, defesa e segurança e que tem empresas subsidiárias nos continentes europeu, asiático e americano. As notícias sobre a aquisição dos dois drones vieram a público no final do ano transacto, sendo a primeira vez que se equaciona a sua utilização. Esta teria que passar por uma proposta formal da PSP ao Ministério da Administração Interna (MAI) que, com a aprovação da CNPD, poderia autorizar a sua utilização. O próprio ministro frisou que não é certa a sua utilização durante a concentração dos adeptos das duas equipas madrilenas em Lisboa, mas é um facto que este material existe e que está ao dispor do MAI e da PSP. A juntar-se ao “material de guerra” que a PSP tem vindo a acumular ultimamente, já desde a celebração da cimeira da OTAN em Lisboa em Novembro de 2010, é caso para perguntar, que estarão o governo e as suas forças de segurança a maquinar para “garantir as liberdades de cada um”?
P.M.